terça-feira, 20 de janeiro de 2009

1924-1973

Quem é que não se lembra

Daquele grito que parecia trovão?!

– É que ontem

Soltei meu grito de revolta.

Meu grito de revolta ecoou pelos vales mais longínquos da Terra,

Atravessou os mares e os oceanos,

Transpôs os Himalaias de todo o Mundo,

Não respeitou fronteiras

E fez vibrar meu peito...

Meu grito de revolta fez vibrar os peitos de todos os Homens,

Confraternizou todos os Homens

E transformou a Vida...

... Ah! O meu grito de revolta que percorreu o Mundo,

Que não transpôs o Mundo,

O Mundo que sou eu!

Ah! O meu grito de revolta que feneceu lá longe,

Muito longe,

Na minha garganta!

Na garganta de todos os Homens

Amílcar Cabral

2 comentários:

Anónimo disse...

Entender que o colonialismo português, que o matou, era diferente do povo português, também oprimido pela ditadura e assim, um aliado potencial na luta de libertação, foi uma capacidade rara de Amilcar Cabral, assassinado há 36 anos. Agora que isto parece ter sido dito centenas de vezes e que, como escreve a Sophia, as palavras muitas vezes repetidas transformam-se em baba, sabe bem que relembres esse momento primeiro e inaugural, com um belo texto dele.

Hippolyte disse...

A Jeune Garde escreve:

http://jeunegarde.blogspot.com/2009/01/fazem-hoje-36-anos-amilcar.html