sábado, 31 de maio de 2008

Já abriu a 78º Feira do Livro de Lisboa.

Para possíveis interessados no Enigma da Praia da Luz da Guerra e Paz, no Segredos da alma – escada para a felicidade das publicações Europa-América ou no Manual Enciclopédico de Feng Shui da Editorial Estampa, eis o momento ideal para começar o enxoval, enquanto percorre o Parque Eduardo VII com um delicioso churro de chocolate acabadinho de fazer. Avisam-se os possíveis interessados que na Oficina do Livro qualquer compra dá direito a um pacote de pipocas e que na Editorial Presença cada euro gasto equivale a uma raspadinha com variados prémios a sorteio.

Se tiver a infeliz ideia de passar pela engolidora de editoras Leya contente-se com os manuais de auto-ajuda ou terá grandes desilusões. Quando lhe perguntarem se o Lugares de Aqui é um livro de poesia diga que sim, ou ao pronunciar a palavra "antropologia" será surpreendido com um “fiquei na mesma”.

Pergunto-me se os critérios de selecção dos funcionários da Leya se assemelham aos do fast-food ou se é mais estilo callcenter.

1 comentário:

Anónimo disse...

A Leya volta a atacar: há dias, quando procurei um livro do escritor Luis Cardoso, não só não sabiam quem era, como não sabiam qual o critério de arrumação das obras e, finalmente, a jovem que me atendia saiu-se com esta pérola: "Aqui está o José Cardoso, não há-de estar longe". Reparei então que se tratava de José Cardoso Pires, ignorado olimpicamente por aquela abencerragem contratada para ajudar leitores potenciais, como os que demandam os livros na feira. A juntar a isto, só os seguranças, como comandos da guerra colonial, a barrar as entradas no recinto da Leya e a ausência do livro de reclamações, que qualquer tasca de bairro tem que ter. Grande Paes do Amaral e entidades que lhe permitem mostar o empório!